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O Milagre da Filha e do Pai

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Ela sempre foi a filha dedicada,
Fazia tudo pelos pais, sua alma amada.
Cuidava da casa, do amor, do coração,
Mas a pandemia trouxe uma nova situação.

De repente, o peso se multiplicou,
Agora ela tinha uma família inteira a cuidar, e o medo a rondou.
Mas o pai, seu porto seguro, adoeceu,
E a dor no peito dela só cresceu.

Sem poder visitá-lo, um abismo se abriu,
No hospital, ele estava, mas ela, tão imóvel, se viu.
O desespero a consumia, sem poder fazer nada,
A angústia de vê-lo sem esperança, a alma arrasada.

E no caminho de volta para casa, tão sozinha,
Seu pai, já recuperado, falou com voz baixinha:
"Você esteve lá, me visitou, vi sua luz,
Será que foi um devaneio, ou foi sua alma que me conduziu?"

Ela parou, incrédula, sem entender,
Seria possível o espírito dela ao lado de seu ser?
Talvez o milagre fosse mais profundo do que imaginava,
E o amor de filha, que transcende, a vida ressignificava.

O pai sobreviveu, um milagre sem explicação,
E ela, com os olhos cheios de gratidão,
Soube que o amor tem poderes infinitos,
E que na dor, a luz se faz em gritos.

Hoje, ela sabe que, no impossível, há vida,
Que o espírito da filha é força perdida,
Que o amor nunca se limita ao corpo ou ao tempo,
E que, em cada ato de cuidado, há um milagre por dentro.

O milagre da filha e do pai
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Descrição da obra
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